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A particularidade da periferia na Amazônia

Atualizado: 1 de nov. de 2023

por Lucas Wellington


Me chamo Lucas Wellington, sou morador da periferia de Belém/PA, graduando em Serviço Social pela Universidade Federal do Pará e faço parte do Programa de Apoio à Reforma Urbana (PARU) – que é um programa de extensão, que articula o tripé ensino-pesquisa-extensão nesta mesma universidade. Venho me dedicando a entender a particularidade da periferia na região amazônica.


Quando se fala em periferia, no Brasil, logo vem à mente alguns traços característicos do que constitui as periferias nas cidades do país: áreas marginalizadas, afastadas em grande parte das áreas centrais das cidades, com ausência de políticas públicas etc. Certamente esses traços correspondem ao que é uma periferia na sua particularidade nacional, mas quando se fala da sua particularidade na região amazônica é necessário evidenciar outros traços que nem sempre são colocados nos debates.


Diante de tantas problemáticas que configuram os espaços das periferias das cidades da Amazônia brasileira, como por exemplo, os alagamentos nas áreas de baixada, falta de saneamento e de água encanada de qualidade, ausência de planejamento urbano etc.; a classe trabalhadora cria formas de resistência e sobrevivência cultivando aquilo que a torna singular: a sua cultura.


Nas periferias das cidades, especificamente da cidade de Belém/PA, é quase que obrigatório ter uma bandeira vermelha que sinalize a venda de açaí – e não pode faltar a farinha de mandioca ou de tapioca, é claro -, sendo um fruto muito consumido nas periferias, historicamente, como forma de sobrevivência das populações de baixa renda.

Há, também, nas periferias amazônicas, uma forte relação dos moradores com a música, especificamente em Belém, com o tecnobrega, sendo um ritmo marginalizado, mas que hoje, simboliza a resistência da periferia e vem ganhando notoriedade nacional através das aparelhagens locais e de artistas como Gaby Amarantos – que foi uma moradora da periferia de Belém.


Portanto, iniciativas como a PIPA são de grande importância para a dinamização de conhecimentos que tornem possível a execução de projetos que venham a alterar, de alguma forma, as precariedades das periferias, ao mesmo tempo em que potencializa a capacidade organizativa dos seus moradores para a busca de soluções com autonomia e participação popular nos processos de tomada de decisão pelo presente e futuros das cidades.


 

Nós, da Iniciativa PIPA, acreditamos no “fazer junto”, por isso, disponibilizamos o BLOG DA PIPA para ser um espaço colaborativo e que se propõe a pensar as periferias por elas mesmas. E mais, queremos pensar e refletir sobre a relação entre as periferias e a filantropia, questionar porque os recursos não chegam e reverberar as resoluções que vem dos próprios territórios periférico


Acreditamos nos atravessamentos das realidades periféricas cotidianas que permeiam o Brasil de Norte a Sul e queremos contar essas histórias, emoções, dores e alegrias, porque a Periferia é Vida, com muitas dores, mas também, com muita risada, arte e saberes.


Então, se você tem um texto que reflete sobre os territórios periféricos, vem somar com esses conhecimentos diversos para juntos construirmos realidades potentes.


Envie seu texto e uma foto (do autor/a/e) para o e-mail: pipaacomunica@gmail.com

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