Lançado no último dia 09 de maio, em São Paulo, para uma plateia repleta de pessoas estratégicas do campo da filantropia e do Investimento Social Privado (ISP), o Guia das Periferias para Doadores chega com o objetivo se tornar uma ferramenta estratégica de consulta destinada aos doadores no Brasil.
O evento abriu com a apresentação do Guia, pela Nil Torres, coordenadora de pesquisa da PIPA, e pela consultora Letícia Mendes. No guia, a PIPA apresenta reflexões e metodologias que reposicionam as organizações de periferia na centralidade do ecossistema de doação.
“Esse lançamento foi um dos principais eventos do setor, e a presença de parceiros estratégicos aponta isso. As pessoas demonstraram interesse pelo material, aceitaram bem a proposta e elogiaram a qualidade do conteúdo, por isso, acredito que vai reverberar bastante no campo”, comenta Gelson Henrique, diretor executivo da Iniciativa PIPA.
Durante o lançamento, foram apresentados dois painéis. No primeiro, Rodrigo Pipponzi, fundador e presidente do conselho do Instituto ACP falou sobre "A importância dos doadores se engajarem na revisão da filantropia". O segundo painel foi sobre "Como a filantropia pode adotar outras estratégias para doação no Brasil", com a participação da Carola Matarazzo, diretora executiva do Movimento Bem Maior; Márcia Woods, assessora de relações estratégicas da Fundação José Luiz Egydio Setúbal; Mário Black, diretor de conhecimento e advocacy, do Instituto Beja e Erika Sanchez, diretora executiva do Instituto ACP.
O guia propõe inverter a lógica, quando muito se fala do que as organizações periféricas precisam fazer para terem financiamento, o guia evidencia o que as organizações doadoras podem avançar em agendas como pluralidade, equidade e escala de impacto a partir do trabalho que já fazem na estratégia de repasses de recursos no país.
“Esta pesquisa tem uma série de propostas e caminhos para o diálogo sobre os desafios que existem entre as instituições doadoras do ISP e da filantropia e as organizações periféricas. Entendendo periferias a partir de um contexto plural e de vulnerabilidade social e estrutural, cuja população enfrenta muita dificuldade para acessar direitos básicos. Então, entendemos território periférico como as favelas, comunidades tradicionais, aldeias indígenas, quilombos, assentamentos, zonas rurais, etc”, explica Nil Torres.
Fundo POP
Ainda durante o lançamento, a Iniciativa PIPA e o Instituto ACP, lançaram o Fundo POP (Fundo de Desenvolvimento Institucional para Organizações Periféricas), que vai beneficiar 10 instituições com o valor de R$ 150 mil, a serem distribuídos ao longo de três anos, totalizando R$ 1,5 milhão em doações.
A PIPA vai contribuir com o Fundo POP a partir do olhar das organizações que atuam nas periferias brasileiras. O trabalho em pesquisas como "Periferias e Filantropia - As barreiras de acesso aos recursos no Brasil” e agora, o “Guia das Periferias para Doadores”, destaca a necessidade de dirigir recursos para onde eles são mais necessários, especialmente, em regiões que, tradicionalmente, recebem menos atenção de investidores sociais e filantrópicos. Além disso, a PIPA atuará na condução estratégica do fundo, identificando os locais prioritários para alocação de recursos e atuando como ponte junto à rede de organizações para compreender suas necessidades específicas. Saiba mais sobre o Fundo POP no site.
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